segunda-feira, 19 de março de 2012

50 anos do livro Primavera Silenciosa: um tributo à Rachel Carson
em 8 janeiro, 2012

Matéria publicada no Observatório Eco sobre a reedição no Brasil do livro “Primavera Silenciosa“, de Rachel Carson, é uma das notícias que se destaca, no volume de temas pesquisados no conteúdo do site. Inclusive, ocasionalmente, os leitores também comentam no portal, a importância desta obra e de como a leitura do texto despertou-lhes o interesse pela defesa do meio ambiente. Publicado originalmente em 1962, são 50 anos que este livro, considerado um marco do movimento ambientalista no mundo, continua influenciando as novas gerações.
Nas páginas da prestigiada revista americana, The New Yorker, a denúncia ambiental, sobre o uso de pesticidas que poluía o meio ambiente americano, revelada sob o título “Primavera Silenciosa”, surgiu ao mundo em junho de 1962. Após ganhar repercussão no país recebeu seu formato em livro, publicado em setembro daquele ano.
Para denunciar a poluição ambiental provocada pelo uso indiscriminado de pesticidas nos campos americanos Raquel Carson realizou extensa pesquisa científica e conversou com dezenas de especialistas. Em seu livro, ela conta que já em 1945 conhecia os efeitos desta poluição, porém em 1958 ao receber a carta de uma mulher relatando a devastação de uma região, Carson, embora, gravemente doente, reuniu forças para escrever sobre o tema. Vale lembrar que naquela época, graças à sua sólida carreira como bióloga marinha e por ter escrito o livro “O mar que nos cerca”, Carson já era conhecida do grande público americano.
Na década de 50, nos EUA, muitos cientistas sabiam dos malefícios do DDT usado para eliminar as pragas na agricultura, contudo, antes de Carson esse assunto não havia sido levado ao grande público. Ela por mais de 4 anos realizou uma extensa investigação sobre o tema e sistematizou sua criteriosa pesquisa. Em seu trabalho soube mostrar ao público que não estava acostumado aos termos científicos a relação de causa e efeito que o uso indiscriminado de pesticidas provoca nas plantas, águas, animais e homens.
No livro, a cientista lançou os princípios do que significa a ecologia e de que forma a vida na Terra está conectada a cada elemento. Podemos dizer que graças à Carson, o conceito de ecologia ganhou prestígio. Mas ela foi além, escreveu sobre o direito moral de cada cidadão saber o que estava sendo lançado de forma irresponsável na natureza pela indústria química. E foi mais além, despertou a consciência ambiental de uma nação para reagir e exigir explicações e soluções.
Carson se importava verdadeiramente com a contaminação provocada pelo uso do DDT e a relação direta com a destruição do meio ambiente, cunhou a expressão de que os inseticidas deveriam ser taxados de “biocidas”. Ela relatou minuciosamente diversos casos de degradação ambiental em seu trabalho. Coletou dados precisos, colheu depoimentos e usou seu talento literário para descrever todo o problema ambiental de modo a sensibilizar as pessoas. Os leitores precisavam, não apenas, compreender a dimensão da contaminação. Deveriam ir além, e exigir soluções do governo e das indústrias, “a população precisa decidir se deseja continuar no caminho atual, e só poderá fazê-lo quando estiver em plena posse dos fatos”, alertou em seu livro.
Este foi o legado de Rachel Carson, ela não se contentou em apenas relatar objetivamente os fatos, ela lançou sua posição em prol da causa ambiental. Não bastava apenas o público conhecer os efeitos do DDT. Para a autora, os leitores precisavam decidir se queriam continuar convivendo com aquela poluição, e para decidir o cidadão precisaria ter “plena posse dos fatos”, na avaliação da cientista.
Após a publicação do texto na revista The New Yorker, o presidente do EUA na época, John F. Kennedy determinou que o uso do DDT fosse investigado. A rede de televisão CBS realizou um documentário sobre os fatos revelados por Carson. Com isso, a mensagem dela alcançou mais pessoas, permitindo que a mobilização em torno do problema chegasse ao Senado Federal, no qual a escritora em 1963 prestou depoimento aos senadores sobre os efeitos nocivos da contaminação pelo produto.
Nos Estados Unidos, após a investigação conduzida pelo governo a produção caseira do veneno foi proibida. A criação de leis estaduais e federais ganhou impulso e culminou após alguns anos com a criação no Congresso Nacional da Lei de Política Nacional Ambiental que instituiu a EPA (Agência de Proteção Ambiental). Posteriormente, surgiu uma legislação que garantisse proteção às espécies ameaçadas de extinção. Rachel Carson morreu em 1964, aos 56 anos, vítima de um câncer de mama, doença contra a qual já lutava há vários anos.
A importância do livro Primavera Silenciosa
Michel Frome, ambientalista americano, jornalista e professor, também não esconde a influência e a importância do livro de Carson. Frome desenvolveu nos Estados Unidos, pioneiramente, o programa de jornalismo e redação ambiental da Universidade de Western Washington em Billingham (Washington). Aposentou-se em 1995 e no ano seguinte escreveu “Green Ink: uma introdução ao jornalismo ambiental”, livro considerado fundamental para qualquer curso de jornalismo ambiental. Em 2008, foi traduzido e publicado no Brasil.
Ao abordar a importância de Rachel Carson no jornalismo ambiental, Frome afirma não conseguir pensar em um exemplo melhor de jornalista ambiental, embora reconheça que ela – Carson – jamais teria se considerado uma.
Segundo Frome, ela foi ridicularizada pela indústria de pesticidas que gastou meio milhão de dólares para jogar na lama as denúncias inseridas em “Primavera Silenciosa”. Muitas das conquistas ambientais, que nasceram graças ao seu trabalho, ela não chegou a presenciar.
Em 2000, “Primavera Silenciosa” foi considerada pela Escola de Jornalismo de Nova York uma das maiores reportagens investigativa do século XX. Em 2006, o jornal britânico, The Guardian colocou o nome de Rachel Carson em primeiro lugar na lista das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio ambiente.
Outro professor americano, Dale Jamieson no livro “Ética e meio ambiente: uma introdução”, também revela sua admiração à Rachel Carson quando afirma que ela é o tipo de escritora e pensadora que leva as pessoas a agirem, e que nesse sentido pode ser considerada um ícone do movimento ambientalista contemporâneo.
Exemplo de engajamento ecológico
A obra, “Primavera Silenciosa”, conseguiu mostrar todos os aspectos da contaminação provocada pelo veneno DDT, com base em fatos científicos e apoiado em extensa pesquisa e na opinião de balizados técnicos da época.
Carson sistematizou todas as informações em linguagem acessível ao grande público. Ela transmitiu as bases dos conceitos modernos de ecologia, do princípio da prevenção, ao afirmar que os venenos não poderiam ser lançados na natureza, sem que se soubessem antes os reais efeitos desta prática nos organismos vivos.
Ela argumentou sobre as bases do direito de informação do cidadão sobre as contaminações. Ela lançou a tese de que se o cidadão deve suportar a poluição ele também tem o direito de exigir reparações e providências para a cessação das práticas contaminadoras.
Além disso, Carson demonstrou preocupação genuína sobre os fatos que relatava, usou seu talento literário para envolver e ensinar seus leitores. Escreveu com sentimento pensando nas gerações futuras. O desavisado leitor, que, por exemplo, ler a primeira página que singelamente começa com a frase: “Era uma vez uma cidade no coração dos Estados Unidos onde todos os seres pareciam estar em harmonia com o seu ambiente”, jamais irá supor o resultado desta “fábula para o amanhã”.
Em seu livro, Michel Frome cita uma carta que Carson escreveu para um amigo, na qual ela afirma “Mas agora posso crer que pelo menos ajudei um pouco. Seria irrealista se acreditasse que um único livro causaria uma mudança completa”. “Poderia ser irrealista, mas a história comprovou ser verdadeiro”, disse o editor de Carson, Paul Brooks, em seu livro “Speaking for nature: how literary naturalists from Henry Thoreau to Rachel Carson”.
“Primavera Silenciosa” mostra que é possível produzir jornalismo ambiental sério e de repercussão positiva, livre de aspectos político-partidários e comerciais, mas com uma postura em favor da vida. O que é necessário? Coragem, criatividade e se importar verdadeiramente com o sagrado direito à vida. Este é o breve tributo do Observatório Eco à Rachel Carson.
Impacto do custo ambiental na sustentabilidade
em 18 março, 2012

Uma nova pesquisa da KPMG Internacional identificou 10 aspectos, que denomina de “megaforças”, que afetarão, de maneira significativa, o crescimento das empresas de modo global nas próximas duas décadas. São elas: Mudanças climáticas, Energia e combustíveis, Escassez de recursos materiais, Escassez de água, Crescimento populacional, Riqueza, Urbanização,Segurança alimentar, Declínio do ecossistema, Desmatamento.
Trata-se do estudo “Espere o inesperado: construindo valor para os negócios em um mundo em mudança” (“Expect the unexpected: building business value in a changing world”). O relatório foi divulgado na abertura do evento KPMG Summit: Business Perspective for Sustainable Growth – Preparing for Rio+20 (Encontro de cúpula da KPMG: Perspectiva de negócios com crescimento sustentável: Preparando-se para a Rio+20), que ocorreu em fevereiro, em Nova York (EUA).
O relatório avalia como estas forças globais podem ter impacto sobre os negócios e indústrias, calcula os custos ambientais dos negócios e convoca empresas e formuladores de políticas a conjugar esforços para mitigar futuros riscos para os negócios e tomar atitudes imediatas frente às oportunidades.
De acordo com Michael Andrew, presidente da KPMG Internacional, “estamos vivendo em um mundo com recursos limitados. O rápido crescimento de mercados em desenvolvimento, mudanças climáticas e questões de segurança energética e água estão entre as forças que exercerão enorme pressão sobre os negócios e a sociedade”.
Segundo Andrew, os governos sozinhos não podem enfrentar esses desafios. As empresas devem assumir um papel de liderança no desenvolvimento de soluções que ajudarão a criar um futuro mais sustentável. “Ao alavancar suas capacidades de melhorar os processos, criar eficiências, gerenciar riscos e promover inovação as empresas contribuirão com a sociedade e com o crescimento econômico no longo prazo”, completa.
Custos ambientais
A pesquisa da KPMG considera que os custos ambientais externos (que muitas vezes não são indicados nas demonstrações financeiras, pois seus portadores podem ser indivíduos ou a sociedade como um todo, sendo também geralmente não-monetários e problemáticos para serem quantificados como valores monetários) de 11 setores-chave da indústria subiram 50%, de US$ 566 bilhões para US$ 846 bilhões em oito anos (de 2002 a 2010), duplicando assim em média a cada 14 anos.
O relatório calculou que, se as companhias tivessem que pagar por todo o custo ambiental de sua produção, elas perderiam em média US$ 0,41 a cada US$ 1,00 em ganhos. Yvo de Boer, assessor especial da KPMG Global para assuntos de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade, afirma que as “megaforças” de sustentabilidade global aumentarão, de maneira significativa, a complexidade do ambiente de negócios.
“Sem ação e planejamento estratégicos, os riscos se multiplicarão e serão perdidas oportunidades. As corporações estão reconhecendo que há valor e oportunidade na responsabilidade que vai além dos resultados do próximo trimestre, e que o que é bom para as pessoas e para o planeta também pode ser bom para os resultados no longo prazo e para a geração de valor aos acionistas”, avalia Yvo de Boer.
Conheça as 10 “megaforças” em sustentabilidade global
Mudanças climáticas: Esta deve ser a única “megaforça” global que impacta diretamente sobre as outras. As estimativas de perdas anuais devido às mudanças climáticas variam de 1% ao ano, se ações fortes e imediatas forem tomadas, até 5% ao ano, se os formuladores de políticas não agirem rapidamente.
Energia e combustíveis: Os mercados de combustíveis fósseis tendem a se tornar mais voláteis e imprevisíveis devido à maior demanda global por energia; a mudanças no padrão geográfico de consumo; às incertezas de fornecimento e consumo; e ao aumento de intervenções regulatórias relacionadas às mudanças climáticas.
Escassez de recursos materiais: Como os países em desenvolvimento se industrializam rapidamente, a demanda global por recursos materiais deve aumentar drasticamente. Os negócios devem enfrentar restrições comerciais crescentes e intensa competição global por uma ampla gama de recursos que se torna menos disponível. A escassez também cria oportunidades para que sejam desenvolvidos materiais substitutos ou para a recuperação de materiais a partir de resíduos.
Escassez de água: A previsão é de que, em 2030, a demanda global por água fresca excederá as provisões em 40%. As empresas estarão vulneráveis ao racionamento de água, à queda da qualidade da água, à volatilidade dos preços da água e a riscos de reputação.
Crescimento populacional: A população mundial deve alcançar 8,4 bilhões em 2032. Isto deixará os ecossistemas e o fornecimento de recursos naturais, como comida, água, energia e materiais, sob pressão intensa. Se, por um lado, isto é uma ameaça aos negócios, também há oportunidades de crescimento do comércio, de geração de empregos e de criação de inovações para atender às necessidades de agricultura, saneamento, educação, tecnologia, finanças e saúde das populações crescentes.
Riqueza: Estima-se que a classe média global (definida pela OCDE como indivíduos com rendimento disponível entre US$ 10 e US$ 100 per capita ao dia) cresça 172% entre 2010 e 2030. O desafio para as empresas é atender a este novo mercado de classe média em uma época em que os recursos tendem a ser mais escassos e voláteis. As vantagens da “mão de obra barata”, que muitas companhias experimentaram nas nações em desenvolvimento nas últimas duas décadas, tendem a ser corroídas pelo crescimento e o poder da classe média global.
Urbanização: Em 2009, pela primeira vez, um maior número de pessoas vivia em cidades do que no campo. Até 2030, todas as regiões em desenvolvimento, incluindo a Ásia e a África, devem ter a maioria de seus habitantes vivendo em áreas urbanas. Praticamente todo o crescimento populacional, nos próximos 30 anos, será nas cidades. Estas cidades exigirão melhorias extensas na infraestrutura, incluindo construção, fornecimento de água e saneamento, eletricidade, gestão de resíduos, transporte, saúde, segurança pública e conectividade de internet e telefonia.
Segurança alimentar: Nas próximas duas décadas, o sistema global de produção de alimentos estará sob crescente pressão das “megaforças”, incluindo o crescimento populacional, escassez de água e desmatamento. Os preços globais de alimentos devem aumentar de 70% a 90% até 2030. Em regiões com escassez de água, os produtores agrícolas provavelmente terão que competir por provisões com outras indústrias que exigem muita água, como utilidades elétricas e mineração, e com consumidores. Será necessária uma intervenção para reverter o crescimento da escassez localizada de alimentos (o número de pessoas cronicamente subnutridas subiu de 842 milhões, no final dos anos 1990, para mais de 1 bilhão, em 2009).
Declínio do ecossistema: Historicamente, o principal risco para os negócios no declínio dos serviços de biodiversidade e ecossistema tem sido a reputação das corporações. No entanto, como ecossistemas globais mostram crescentes sinais de colapso e estresse, um número maior de companhias está percebendo o quanto suas operações dependem dos serviços críticos que estes ecossistemas fornecem. O declínio dos ecossistemas está tornando os recursos naturais mais escassos, mais caros e menos diversificados, aumentando os custos da água e intensificando o dano causado por espécies invasivas em setores como agricultura, pesca, alimentação e bebidas, medicamentos e turismo.
Desmatamento: Florestas são grandes negócios: produtos de madeira movimentaram US$ 100 bilhões por ano entre 2003 e 2007, e o valor de outros produtos derivados das florestas, em sua maioria alimentos, foi estimado em US$ 18,5 bilhões em 2005. No entanto, a OCDE prevê que as áreas florestais irão diminuir 13% globalmente, entre 2005 e 2030, principalmente no sul da Ásia e da África. A indústria madeireira e as indústrias de derivados, como papel e celulose, estão vulneráveis a uma potencial regulamentação para reduzir ou reverter o desmatamento. As companhias também podem vir a perceber que estão sob crescente pressão de clientes para provar que seus produtos são sustentáveis pelo uso de padrões de certificação. Oportunidades de negócios devem surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e incentivos econômicos para reduzir o desmatamento. Com informações da assessoria.
Brasil defende criação de Conselho para Água na ONU
em 18 março, 2012

A Agência Nacional de Águas (ANA), representando o Brasil, defendeu no 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha (França), que seja criado um Conselho de Desenvolvimento Sustentável, que inclua o tema água, no âmbito das Nações Unidas. Atualmente, cerca de 28 agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) lidam com água, que não é o foco do trabalho de nenhuma delas. De acordo com o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, que participou do painel “Governança Global da Água”, os desafios futuros para a água, inclusive a governança internacional, serão discutidos na Rio+20.
Segundo Andreu, o rascunho zero do documento final da Rio+20 trata do tema água de forma insuficiente. O documento inclui três temas: água como direto humano, água de reúso e gestão integrada. Para o governo brasileiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável deveria tratar da constituição de uma aliança para a gestão global da água. Essa sugestão era parte da proposta enviada pelo governo brasileiro, mas não foi incluída no texto preliminar da Rio+20.
Atualmente, quatro possibilidades estão sendo estudadas, em temos de governança global da água, no âmbito da Rio+20: a criação de um organismo próprio, inserir a água no contexto social da ONU, o fortalecimento do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) ou tratar os temas água e clima conjuntamente. Durante a abertura do 6º Fórum, o primeiro ministro da França, François Fillon, propôs a criação de uma Organização Mundial para o Meio Ambiente. “Por que ter uma Organização Mundial para o Comércio e não ter uma para o Meio Ambiente”, questionou.
Entre os dias 16 e 18 de junho, antes da Rio+20, que ocorre de 20 a 22 de junho, o governo brasileiro vai promover os “Diálogos Sustentáveis”, com nove temas, inclusive água. “Estamos sugerindo que essa sessão seja conduzida pelo Conselho Mundial da Água, mas, para isso, o Conselho precisa levar uma contribuição objetiva para o debate sobre governança mundial da água”, disse Andreu.
Também participaram do painel sobre Governança Global da Água, Michael Jarraud, secretário geral da Organização Meteorológica Mundial; Francisco Nunes Correia, da Portuguese Water Partnership; Wim Kuiken, especialista do Delta da Holanda e Alistair Rieu Clarke, da Universidade de Dundee (Centro Unesco para a Água).
Os especialistas apontaram as necessidades de coordenação institucional, em nível mundial, para gerenciar a água, mas também os desafios para alcançar uma coordenação efetiva, como a falta de arcabouços jurídico nacionais e internacionais e problemas relacionados à soberania dos países.
Um dos exemplos citados pelos palestrantes para ilustrar a dificuldade de construir consensos mundiais em torno do tema água foi a demora para fazer entrar em vigor uma convenção adotada pela ONU em 1997 que trata de rios transfronteiriços, já que apenas 16 dos 35 países signatários ratificaram o documento em seus países. Com informações da ANA.
País quer criar os objetivos do desenvolvimento sustentável
em 18 março, 2012

A proposta apresentada, neste domingo (18/03) pelo governo brasileiro de criar, com abrangência mundial, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – em modelo semelhante aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – foi, segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, “bem recebida” pelas autoridades que participam da reunião da Comissão da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Uruguai.
“Apesar de a proposta ter sido apresentada em um rápido debate, eles a acolheram bem, especialmente por ela não ser restrita a países em desenvolvimento. A preocupação, agora, é definir objetivos e dar maior concretude a ela, para que os chefes de Estado ajudem a montar os ODS”, disse à Agência Brasil Miriam Belchior.
Ela reiterou elogios aos ODM e ressaltou que a proposta não tem caráter punitivo para os países que não cumprirem as metas. “Não serão ações punitivas, mas avaliações sobre as metas, para melhorar situação do planeta”, disse.
Para ela, é preciso definir com clareza o organismo internacional que ficará responsável pelo monitoramento do cumprimento das metas dos ODS.“É importante avançarmos principalmente nesse ponto, já que as Nações Unidas não deixam claro quem é o responsável [por esse papel, no caso dos ODM]. Isso acaba fazendo com que a missão fique aquém dos seus desafios”.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para junho, no Rio de Janeiro, também esteve na pauta de discussões. “Há ainda preocupação, tanto do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] como de outros organismos, sobre como financiar as medidas de sustentabilidade”, disse a ministra. Com informações da Agência Brasil.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Bioconstrução/Contrução Sustentável (1 vaga)Cadastrado pelaPNUD fev, 10.
A principal tarefa da vaga é a elaboração de um diagnóstico das áreas, materiais, métodos e tecnologias a serem aplicados na área de Construções Sustentáveis e Construção Bioclimática nos locais oficiais conferência para a Coordenação de Sustentabilidade. Para participar da seleção, a exigência é de diploma de nível superior em Engenharia, Arquitetura, Biologia, Geografia ou outras graduações de nível superior, desde que com comprovada experiência na área em questão. Experiência profissional mínima de quatro anos em Construções Sustentáveis.

Os candidatos interessados e/ou pré-qualificados para o Processo Seletivo em questão deverão encaminhar, via e-mail: ic.procurement.br@undp.prg

A data limite para recebimento das propostas é 10/02/2012.

PARA MAIORES INFORMAÇÕES ACESSE O LINK:
http://www.pnud.org.br/recrutamento/arquivos/201202031823.pdf

Fonte: http://www.greenjobs.com.br/job/1506/bioconstru?utm_source=widget&utm_medium=cpc&utm_campaign=wdg-m&utm_content=job
Por Alexandre Scussel | 11h24, 13 de Março de 2012
Oportunidade Inpe seleciona bolsista para estudo de redes urbanas da AmazôniaO Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está em busca de bolsistas para suporte ao estudo de redes urbanas na Amazônia, no âmbito do Projeto UrbisAmazônia.
O principal objetivo deste projeto a ser conduzido pelo bolsista é estudar as relações entre os núcleos urbanizados e as mudanças de uso da terra no Estado do Pará. Dados de sensoriamento remoto em diferentes escalas, técnicas de processamento de imagens, dados de campo, e representações de dados em redes serão utilizados para classificar os diferentes núcleos urbanos e descrever as relações definidas entre as redes de infraestrutura e núcleos urbanizados e as mudanças de uso da terra.
Necessário ter formação em geografia, ecologia, engenharia ambiental, ciências humanas ou naturais, com experiência e/ou mestrado em sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas, além de conhecimento sobre redes de cidades e processos de ocupação na Amazônia. Disponibilidade para viagens e trabalho de campo completam o perfil requisitado. Características desejáveis incluem familiaridade no uso de softwares de geoprocessamento, pacote estatísticos R, experiência de campo e que trabalhe bem em equipe. Requisitos mínimos: graduação e dois anos de experiência, ou mestrado concluído.
O local de atuação da bolsa CNPq DTI – B será em São José dos Campos (SP). O candidato aprovado deverá iniciar suas atividades em maio de 2012. O valor da bolsa é de 3 mil reais mensais, com duração prevista para dois anos.
Interessados devem entrar em contato com a Dra. Silvana Amaral através do email silvanamaralk@gmail.com, enviando até 20 de março de 2012 uma breve explanação de intenção profissional e trabalho recente, além de currículo atualizado da plataforma CNPq Lattes.
Fonte:http://mundogeo.com/blog/2012/03/13/inpe-seleciona-bolsista-para-estudo-de-redes-urbanas-da-amazonia/
Fabricantes de desertos
 
 
Artigo de José Renato Nalini.
A lástima da revogação do Código Florestal é um sintoma da enfermidade que acometeu o mundo. A cupidez fez o homem se esquecer de que sem uma relação saudável com a natureza, ele rompe as quatro esferas de relacionamento que permitem a vida equilibrada. Ele precisa estar bem consigo mesmo, com o próximo, com a natureza e com Deus, ou o que ele coloque no lugar da divindade. Alain de Boton, o evangelista ateu quer construir um templo em Paris, devotado ao nada. E tem adeptos! Sinais do Apocalipse? Falando em Apocalipse, os Evangelhos muitas vezes nos comparam a árvores. Se Jesus é a videira, nós somos os ramos. Sem água não haverá seiva e tudo morrerá. Mas depois de dois mil anos de Cristianismo, não aprendemos a extrair das Sagradas Escrituras a sua sapiência. Não é por falta de apelos. Em Jeremias, 17.7,8, lemos que o homem que confia no Senhor será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro e não receia o calor. Sua folha fica verde e na seca, não se afadiga.
A árvore ganha nome em outros textos: amendoeira (Nm, 17.8 e Ec.12.5), Acácia (Ex. 36.20), Aloés (Sl 45.8), Amoreira (2Sm 5.23), Carvalho (IRs 13,24), Cedro do Líbano (Is 40.6), Cipreste (Is 44.14), Figueira (Jz 9.20), Macieira (Ct.2.3), Murta (Is 41.9), Oliveira (Sl 58.8), Olmeiro (Dt 34.3), Palmeira (Dt.34.3), Romeira (1Sm 14.2), Salgueiro (Lv 23.4), Sicômoro (1Rs 10.27), Terebinto (Is 6.13) e Zimbro (1Rs, 19.4).
Tive a ventura de conhecer o Horto das Oliveiras, em Jerusalém, onde ainda se encontram os troncos daquelas árvores que viram Jesus orar, transpirar e chorar. Quando a humanidade não as destrói, elas permanecem. São testemunhas da História e da maldade que esta espécie, a única a se autodenominar “racional”, pode perpetrar. Qual a glória em destruir a vegetação, cuja perenidade permite a existência da vida? Esta aventura que, para nós, se resume – quando muito – há algumas décadas. E nada mais! Triste homem o que prefere ser um fabricante de desertos a ser um guardião da vida!
José Renato Nalini é Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, biênio 2012/2013.
(As opiniões dos artigos publicados no site Observatório Eco são de responsabilidade de seus autores.)

quinta-feira, 8 de março de 2012

FELICIDADES MULHERES MARAVILHOSAS!!!
Parabenizo a todas as mulheres, verdadeiras guerreiras, simbolo de luta e luz na caminhada da vida.
Na realidade todo dia é nosso dia, hoje 08 de março dedicado dia internacional da mulher, demonstra o quanto tivemos que lutar para ter nossos direitos reconhecidos.
Muita luz e sucesso para todas nós.
Felicidades amigas!!
Mary Andrade

sábado, 3 de março de 2012

Projeto irá monitorar qualidade de águas subterrâneas

Projeto irá monitorar qualidade de águas subterrâneas

Por Alexandre Scussel | 11h30, 02 de Março de 2012
saneamento gis Projeto irá monitorar qualidade de águas subterrâneasO Centro de Estudos Ambientais (CEA), unidade complementar da Unesp no Câmpus de Rio Claro, e o Laboratório de Estudos de Bacias da Unesp (Lebac) , vinculado ao Instituto de Geociências e Ciências Extas (IGCE); firmaram uma parceria com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e com centros internacionais de referência em pesquisas na área de recursos hídricos. O acordo, ratificado em 17 de fevereiro, na sede do CEA, permitirá o desenvolvimento do projeto Monitoramento da Qualidade de Águas Subterrâneas.
Detecção de contaminantes
O estudo de contaminação da água está focado na bacia formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e na sub-bacia composta pelo rio Corumbataí, que abastece os municípios de Rio Claro e Piracicaba. Inicialmente, a área de pesquisa está definida por poços perfurados na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro. “O local apresenta condições de área tropical, com aquíferos rasos a dois metros de profundidade”, explica o professor Everton de Oliveira, do curso de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente do IGCE e pesquisador do Lebac.
As análises para detectar contaminações por compostos orgânicos, como as que ocorrem por derivados de petróleo, serão realizadas no Lebac e no Laboratório Móvel. Já as análises para verificar contaminações inorgânicas, como por exemplo teor de metais na água, serão feitas no Laboratório de Espectrometria Atômica, vinculado ao CEA.
De acordo com Oliveira, esse esforço envolvendo universidades estrangeiras vai permitir que o país desenvolva parâmetros próprios para o estudo de águas subterrâneas, com base no clima e no tipo de solo locais. “Ainda usamos parâmetros internacionais para experimentos em áreas tropicais”, esclarece. “Estamos dando um enorme passo para consolidação de pesquisas voltadas ao meio ambiente”.
Equipamentos
Estimado em 400 mil Euros, o Laboratório Móvel de Pesquisas é uma doação do governo da Alemanha. É composto por um conjunto de equipamentos de última geração instalado em um contêiner de aproximadamente 12 metros de comprimento por 2,5 de largura. Com capacidade para realizar análises de materiais orgânicos e inorgânicos, pode ser deslocado para a área desejada.
Montado com recursos captados junto à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Petrobrás, o Laboratório de Espectrometria Atômica tem um espectrômetro de fluorescência atômica, que mede separadamente a quantidade de elementos metálicos presentes na água, entre eles o mercúrio, o arsênio e o selênio.
Outros equipamentos, como espectrômetro de massa e espectrômetro de emissão ótica, medem os mesmos elementos ao mesmo tempo. A diferença entre eles é de sensibilidade. O primeiro é capaz de detectar a presença de quantidades muito pequenas de metais, explica o pós-doutorando Carlos Alfredo Suárez.
Fonte: Unesp
O estudo de contaminação da água está focado na bacia formada pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e na sub-bacia composta pelo rio Corumbataí, que abastece os municípios de Rio Claro e Piracicaba. Inicialmente, a área de pesquisa está definida por poços perfurados na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro. “O local apresenta condições de área tropical, com aquíferos rasos a dois metros de profundidade”
  • 02/03/2012Dirigido a profissionais e estudantes de Ciências da Terra e da Atmosfera, membros da Defesa ...
  • 23/02/2012A divisão GEO da Astrium Services anuncia o lançamento de um novo serviço para monitoramento ...
  • Olá amigos e amigas!
    Esta é uma oportunidade de ser bolsista e pesquisador. Paricipem!!!
    Ecoabraço.
    Profa. Mary Andrade

    ICMBio lança nova chamada para seleção de bolsistas

    Por Alexandre Scussel | 11h44, 02 de Março de 2012
    MMA ICMBio lança nova chamada para seleção de bolsistasO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) torna público o edital de segunda chamada para seleção de bolsistas na modalidade Apoio Científico, para suporte ao desenvolvimento das atribuições da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (Dibio/ICMBio), no âmbito do Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade (Probio II).
    Os escolhidos na seleção irão desenvolver trabalhos relacionados a avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira; elaboração e implementação dos planos de ação para a conservação das espécies ameaçadas de extinção; monitoramento do estado de conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e fortalecimento e estruturação dos centros de pesquisa e conservação da biodiversidade Brasileira.
    O processo de seleção será constituído por duas etapas: análise de currículos e entrevista. Os bolsistas irão atuar em três locais: Paulo Afonso (BA), São Raimundo Nonato (PI) e Cabedelo (PB). A duração das bolsas varia de 6 a 12 meses, com a possibilidade de prorrogação por igual período. Os candidatos selecionados receberão um comunicado eletrônico da Fundação Flora com as devidas orientações.
    Interessados devem enviar currículos (com a respectiva documentação solicitada no Edital) para fundacaoflora1@gmail.com até as 20h do dia 9 de março.

  • 08/02/2012As geotecnologias têm revolucionado o conhecimento sobre a realidade territorial, assim como proporcionado melhor capacidade ...
  • 02/03/2012O Centro de Estudos Ambientais (CEA), unidade complementar da Unesp no Câmpus de Rio Claro, ...